quarta-feira, 6 de maio de 2009



As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabe sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque te amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


Autor: Carlos Drummond de Andrade

4 comentários:

  1. Salve Drummond. Bom dia meninas!!!

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  2. "o amor é primo da morte"!

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  3. Ei de citar tantos versos de Carlos e não achá-los menos poéticos que os meus...É que Carlos é Drummond é de Andrade poetas dos poetas meus.

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  4. É certo,sempre me "embolo" pra escrever,mas sempre uso Drummond pra falar de amor pra vc. Edson

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